quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
A explosão e o suspiro - eBook
Já está disponível a versão digital (ePub) do livro A explosão e o suspiro ou um corpo que cai, de Mário Alves Coutinho.
Distribuído pela BookWire, o título encontra-se em lojas como Amazon, Apple, Kobo, Barnes & Noble, Livraria Cultura entre muitas outras.
Distribuído pela BookWire, o título encontra-se em lojas como Amazon, Apple, Kobo, Barnes & Noble, Livraria Cultura entre muitas outras.
domingo, 29 de novembro de 2015
A explosão e o suspiro ou um corpo que cai
Algo que envolve contar desde a sua infância e adolescência no interior mineiro, ao contato com a luta armada no Rio de Janeiro pós-64, ao exílio involuntário, à vida com Iolanda, sua médica, confidente, mulher, mãe de sua filha (e...), e à eterna e constante descoberta do corpo, do sexo, da literatura, da música, da arte. Entremeando tudo isso, a trama central envolvendo os três personagens e as reviravoltas em suas vidas.
Um narrar que é uma reflexão sobre o ato de narrar, trazendo ares de um metarromance em que o narrador/autor se vale larga e radicalmente da intertextualidade, da citação, da montagem para construir uma história que mais é uma ode à vida, explodida e vivida em suas últimas consequências, palavras e suspiros. O que coloca em evidência o verso-emblema de William Blake, quase um coprotagonista nesta obra: tudo que vive é sagrado; que, por sua vez, ecoa na conhecida fala de um personagem de Tennessee Williams: nada que é humano me enoja.
Intelectual de rara erudição, Mário
Alves Coutinho faz deste A explosão e o
suspiro um livro de livros, dos muitos livros dos quais extrai e remonta,
como num puzzle, fragmentos de frases de vários autores, que se casam à
perfeição e edificam seu romance. É um texto formado por pensatas que se
imbricam como fotogramas a serem montados num raccord cinematográfico. E editadas com a habilidade de um ourives,
de um meticuloso artesão de preciosas minúcias que brilham a cada virar de
página. Pleno de colagens, citações, intertextualidades, o romance é dedicado,
não por acaso, a Jean-Luc Godard, “cineasta-citação”, que constrói seus filmes
em permanente e exuberante diálogo com autores literários e cinematográficos.
“Mas o que será exatamente, então, este relato, esta narração? Uma carta? Uma confissão? Um testamento? Um diário? Biografia? Memória? Talvez tudo isso ao mesmo tempo, e tudo isso ao mesmo tempo não seria um romance?”, diz o autor. O que me leva ao romancista Rosário Fusco: “Romance, para mim, é gênero danado e, pois, maior, o maior. Você pode ler A imitação e não se santificar. Pode praticar, digamos, Aristóteles, e não se tornar filósofo. Mas se ler Madame Bovary, por exemplo, será fatalmente modificado, perdido: irremediavelmente.”
“Mas o que será exatamente, então, este relato, esta narração? Uma carta? Uma confissão? Um testamento? Um diário? Biografia? Memória? Talvez tudo isso ao mesmo tempo, e tudo isso ao mesmo tempo não seria um romance?”, diz o autor. O que me leva ao romancista Rosário Fusco: “Romance, para mim, é gênero danado e, pois, maior, o maior. Você pode ler A imitação e não se santificar. Pode praticar, digamos, Aristóteles, e não se tornar filósofo. Mas se ler Madame Bovary, por exemplo, será fatalmente modificado, perdido: irremediavelmente.”
Sob a torrente de citações que flutuam e
impulsionam o texto transcorre uma trama bem alinhavada que nos leva da
infância e adolescência em Minas Gerais de Eduardo, o personagem-narrador, ao
Rio pós-64, ao contato com grupos de resistência e ingresso na luta armada. Ferido
num assalto a banco, e cuidado pela médica e companheira Iolanda – personagem
de forte presença em todo o desenrolar da narrativa –, eles escapam para o
Chile e dali para a Austrália, pouco antes da queda de Allende, para o exílio
forçado/involuntário. Em Sydney, nasce a filha dos dois, Antônia, a quem é
dirigida a narrativa de Eduardo. Permeando tudo isso, belos momentos de um erotismo
exacerbado e a presença da consciência política dos dois personagens, a atenção
sempre voltada para as oscilações sociais não só dos países por onde passaram,
mas do sufocante zeitgeist que compõe
o seu mundo e o tempo em que lhes foi dado viver.
Tradutor de primeira linha, Coutinho
coloca em português, logo na abertura de seu romance, a citação do poema East Coker de Eliot (“Em meu princípio está
meu fim”). E, um pouco como no Finnegans
Wake de Joyce, termina com a citação inicial, como num eterno retorno, que
logo dá lugar a outro dos versos de Eliot, fechando/abrindo o livro: “Desta
maneira termina o mundo/ Não com uma explosão, mas com um suspiro.” O que
remete a “em meu fim está meu princípio”, pois “explosão e suspiro” são
palavras-chave que nos levam a um dos títulos do romance.
O outro título, Um corpo que cai, se nos conduz a um dos fragmentos da selva oscura de Dante (citado em uma das
epígrafes: “e/ caí/ como/ corpo/ morto/ cai”), nos leva também a Vertigo/Um corpo que cai, pois em uma de suas reviravoltas a trama do
romance apresenta fortes semelhanças com o filme de Hitchcock. Literatura e
cinema parecem seguir sempre em paralelo no universo criativo de Coutinho.
Fragmentos, citações de autores de
variada estirpe constroem este romance. São textos aparentemente à deriva, mas
que se encaixam na trama por meio de hábil e meticulosa montagem –
transformando a leitura num carrossel de descobertas de intenso fascínio. Cabe
ao leitor entrar nesse jogo e desvendar ou não a origem, os autores do extenso
rol de referências que permeiam o livro. E se empolgar com a trágica beleza da
história, narrada de forma magistral por Mário Alves Coutinho.
Texto de orelha do livro por Ronaldo Werneck
poeta, crítico, escritor
*******
Título: A explosão e o suspiro ou um corpo que cai
Autor: Mário Alves Coutinho
Editora: Tipografia Musical – Série Outras Grafias
ISBN: 978-85-68951-01-9
Formato: 15,5 x 22,7 cm
Páginas: 280
Preço capa: R$ 54,00
Disponível em nosso site, e em breve nas melhores livrarias: www.tipografiamusical.com.br
Série Outras Grafias
A Editora Tipografia Musical acaba de lançar a Série Outras Grafias.
Grafia; -grafia: representação escrita de uma palavra; registro.
Escrever, descrever, desenhar, transcrever. Grafia:
corpo, função.
Publicar textos de qualidade, em
qualquer de suas formas e texturas, que fujam à música e suas derivações, não
em essência contudo, essa é a proposta da Série
Outras Grafias da Editora Tipografia
Musical, destinada à poesia, literatura, traduções, artes, fotografia, história
e ensaios.
A primeira publicação da Série é o romance A explosão e o suspiro ou um corpo que cai, de Mário Alves Coutinho, do qual falaremos mais em outro post.
A primeira publicação da Série é o romance A explosão e o suspiro ou um corpo que cai, de Mário Alves Coutinho, do qual falaremos mais em outro post.
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
TEMPERO BRASILEIRO NA CONSTRUÇÃO DE RIFFS DE METAL
METAL BRASILEIRO: TEMPERO BRASILEIRO
NA CONSTRUÇÃO DE RIFFS DE METAL
por
Alexandre de Orio*
Apresento aqui um pequeno recorte de
algumas ideias contidas no meu livro Metal
Brasileiro: Ritmos Brasileiros Aplicados na Guitarra Metal. Novos Caminhos para
Riffs de Guitarra. Volume 1 – Samba Metal, que em breve será reeditado pela
Editora Tipografia Musical, na versão em inglês primeiramente.
Como
o título do artigo sugere, há uma fusão entre a ginga do samba, por causa de
seu ritmo muito sincopado, com a agressividade do metal, o que resulta em um
“sotaque” diferente. Em algumas turnês pela Europa e contatos com músicos
estrangeiros, uma das coisas que sempre comentam e apontam, com grande
curiosidade, é esta questão: mesmo num gênero como o metal é possível
identificar certa “brasilidade”.
O
tema abordado desta vez, será uma das figuras rítmicas mais executadas no
samba, tocada principalmente pelos tamborins,[1] trata-se
da célula rítmica chamada telecoteco.
A
primeira dica que dou, é incorporar a frase abaixo, primeiramente solfejando,
pois a rítmica está embutida na frase falada. Repare na acentuação das sílabas “te”
e “le”, pois originam basicamente essa figura rítmica, enquanto as sílabas
“co”, são praticamente uma ghost note.
* A escrita do samba em geral é 2/4,
porém, muitas vezes optamos aqui por frases em 4/4 por descreverem ciclos quaternários.
APLICAÇÃO
Agora,
mostrarei algumas formas de execução na guitarra utilizando essa figura
rítmica. Os exercícios demonstrados aqui são um ótimo estudo de desenvolvimento
técnico voltado na execução de riffs
de metal e desenvolvimento rítmico.
Palhetada
para baixo –
todo riff será tocado somente com
palhetadas descendentes. Ela exige muita resistência.
Repare que aquela figura rítmica gerada pela acentuação
do “te” e “le” (descrita acima) estarão no powerchord
de Fá, enquanto todas as outras subdivisões da semicolcheia serão tocadas na
nota Mi, da sexta corda solta.
Obs.: Atenção ao abafar as cordas
soltas e não abafar a acentuação nos powerchords.
É um ótimo estudo também para iniciantes que estão
aprendendo tocar ora abafado ora não.
Palhetada
Alternada – utilizando
somente o movimento alternado da mão direita. Aqui as acentuações dos riffs ora caem com o movimento
ascendente ora com o descendente. Este é um ótimo treino para conseguir manter
a pegada independente do movimento para cima ou para baixo. Preste atenção
nisso, para que consiga uma sonoridade uniforme.
Palhetada Mista
(dobrando o ritmo) – aqui há uma mistura dos movimentos, que ora repete a
palhetada para baixo, ora a alterna. Este exemplo dá para ser tocado bem rápido
e soa brutal. Atenção novamente às notas abafadas e não abafadas.
Palhetada Tripla
– outra forma muito
exigida em riff de metal,
principalmente no gênero Thrash Metal. Chamo de palhetada tripla por consistir
em três toques bem rápidos.
Espero que tenham curtido e incorporado essa figura rítmica bem brasileira! Um próximo passo, e talvez o mais divertido, seria utilizar as propostas acima para o desenvolvimento no processo criativo, portanto, crie o seu próprio riff ou parte de uma música utilizando essas ideias! Até uma próxima dica!
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* Mais informações sobre Alexandre de Orio, visite:
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Instagram: @alexandredeorio
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