sábado, 30 de setembro de 2017

Artigo de Ana Valéria Poles na Revista Kunsträume

Compartilhamos com todo orgulho o artigo de Ana Valéria Poles (1º Contrabaixo Osesp - Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) publicado na Revista Kunsträume da Universidade de Música e Artes Cênicas de Viena (Universität für Musik und darstellende Kunst Wien). O texto pode ser lido em alemão e inglês e apresenta uma visão sobre a vida e o trabalho do lendário contrabaixista Ludwig Streicher, com quem a autora estudou. 

Ana Valéria Poles é a nossa dama do Contrabaixo, uma das mais importantes instrumentistas do Brasil e do mundo. É idealizadora do projeto "Falando Baixo" e autora do livro "Sistema de arcadas e golpes de arcos em escalas e arpejos para contrabaixo", publicado pela Editora Tipografia Musical em edição bilíngue (português/inglês).


Leia o artigo aqui.

Compre aqui

sexta-feira, 21 de julho de 2017

A doçura por trás do grito: cartas de amor do mundo do rock



Poetas morrem e de repente a gente se dá conta de que suas vozes fazem parte do nosso corpo, da nossa história, mais do que sempre pensamos... suas vozes ficam...
E só o grito para segurar a barra pesada que é a vida para todos... Grito que esconde tanta dor...
E o primeiro semestre de 2017 será lembrado pela perda de três vozes do mundo da música, do rock, que fizeram e marcaram a ferro o corpo de gerações com suas canções, poesias, seus gritos pesados de “alegria e dor, fúria e perdão, amor e coração partido”: Belchior (†30 abril 2017), Chris Cornell (†18 maio 2017), Chester Bennington (†20 julho 2017).
Vozes que por trás de seus gritos guardam uma doçura que não era para o mundo do imediato, mas para o mundo do para sempre no corpo de alguém.
Voz é corpo, música é corpo, palavra é ferida do corpo e só o corpo a corpo para provar essa doçura.
Fiquemos, então, com as cartas das filhas de Chris Cornell para o pai, uma carta de Chester Bennington para o amigo Cornell e um relato-carta de Josely Teixeira Carlos em homenagem a Belchior. E com elas ficam também Prince, Beatles e outros tantos...

Bruno D’Abruzzo
[editor Tipografia Musical]

***
Daddy,
Deixe-me começar dizendo o quanto eu amo você e o quanto você importa para mim. Você é meu ídolo, alguém com quem eu sempre pude contar. Você sempre esteve lá para mim. Você me incentivou todos os dias, e você ainda faz isso.
Sempre que choro ou sinto que não há como continuar, ouço sua voz: ‘Não fique preocupada, Peanut. A preocupação é uma perda de tempo, estou bem.’
Eu sempre acreditei no que você dizia do fundo do meu coração. Provavelmente, porque tudo o que você disse era tão inteligente.
Toda vez que você chegou em casa após uma turnê, você passou todas suas horas com a gente. Não importa o quão cansado você estivesse, quantos fusos horários você tivesse viajado, você estava lá para nós.
Sempre que estava doente, você cuidava de mim. Você me abraçava, me beijava. Você não se preocupou em ficar doente. Você teria ficado acordado a noite toda para ter certeza de que minha febre tinha diminuído. E se não tivesse, você me acordaria e me daria o meu remédio. Eu abriria meus olhos, te veria e me sentiria melhor.
Eu tenho tantas lembranças com você, mas uma das minhas favoritas foi no início deste ano quando eu estava com jet lag e assistimos ‘Purple Rain’. Nós estávamos no BHH e você entrou no meu quarto quando eu estava tentando encontrar um filme para assistir.
‘Que tal Purple Rain?’, você disse. Eu sempre confiei na sua opinião. Coloquei e imediatamente me apaixonei! Em seguida, chegamos à sua música favorita, ‘The Beautiful Ones’.
‘Esta música é tão especial que nem sequer pertence a um gênero. Quando eu tinha vinte e poucos anos, eu a ouvi no cinema e um cara começou a morrer de rir dessa cena e da música. Ele ficou realmente louco’, você disse.
Eu também me apaixonei pela música e fiquei ouvindo no repeat.
Nossa conexão especial foi sempre pelas artes. Poemas, livros, música, escrita. Ambos temos um amor incondicional por isso.
Quem vai me apresentar para filmes como ‘Purple Rain’ e músicas como ‘The Beautiful Ones’ agora? Estou esperando que encontre algo, porque você me treinou tão bem.
Eu sei que você ainda está aqui, e o calor que sinto sob o frio, é você.
VOCÊ É O MELHOR PAI EM TODO O MUNDO. E eu sei que, se não fosse um acidente, você ainda estaria abraçado comigo assistindo ‘Purple Rain’.
Eu amo você e sinto sua falta, papai. Você merece seu próprio dia para ser comemorado porque você é o melhor pai que qualquer um poderia ter. Feliz dia dos pais!
Com amor,
Seu bebê Toni”
***
“Papa,
Uns verões atrás, quando andávamos de bicicleta pelo Central Park, você me disse que não existiam muitas pessoas realmente boas no mundo, mas que eu era uma das poucas. Você sempre tinha tanta confiança e orgulho no que eu fazia, e seu calor e amor me inspiraram a fazer o meu melhor. Agora, mais do que nunca, eu quero viver minha vida para ajudar os outros, como você fez. Eu quero fazer com que você continue tendo orgulho de mim. Toni, C e eu prometemos sobreviver e perseverar e prosperar, como sempre fizemos. Estou tão orgulhosa de ser seu bebê, eu amo você mais do que as palavras podem dizer e sentirei sua falta para sempre.
Sua joaninha,
Lily”
***
“Sonhei com os Beatles ontem à noite. Acordei com ‘Rocky Raccoon’ tocando em minha cabeça e um olhar preocupante no semblante da minha esposa. Ela me disse que meu amigo havia acabado de falecer. Lembranças sobre você inundaram a minha cabeça e eu chorei. Ainda estou chorando, de tristeza e de gratidão por ter compartilhado alguns momentos especiais com você e sua linda família. Você me inspirou tantas vezes de várias maneiras que você não consegue imaginar.
Seu talento era puro e incomparável. Sua voz foi alegria e dor, fúria e perdão, amor e coração partido tudo em uma só. Eu acho que todos nós somos assim. Você me ajudou a entender isso. Acabei de assistir a um vídeo de você cantando ‘A Day in the Life’ dos Beatles e me lembrei do meu sonho. Quero pensar que era você se despedindo da sua maneira. Não posso pensar em um mundo sem você nele. Rezo para que você encontre paz na próxima vida. Envio meu amor para sua esposa e filhos, amigos e família. Obrigado por me permitir ser parte da sua vida.
Com todo o meu amor,
Seu amigo,
Chester Bennington”
***
Aulas de Latim com o professor Belchior, por Josely Teixeira Carlos:
***
Fontes:

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Trompete: história, pedagogia, performance



Título: Trompete: história, pedagogia, performance
Autor: Paulo Baptista
Editora: Tipografia Musical
ISBN: 978-85-68951-07-1
Edição: 1ª - 2017
Formato: 14 x 21 cm
Páginas: 124
Acabamento: brochura, costurado
Preço capa: R$ 40,00


Em sua longa tradição, o trompete passou por grandes evoluções no seu modo de fabricação e na arte de tocá-lo. De instrumento para fins militares e religiosos, tornou-se solista em recitais e grandes concertos. Desde então, técnicas foram criadas e aperfeiçoadas, passando a ser utilizado em outros estilos musicais, particularmente no jazz.

Paulo Baptista, músico e professor que transita com excelência entre os mais variados estilos trompetísticos, ressalta neste livro que o caminho para a formação do trompetista é um só, independentemente do estilo em que pretenda atuar – erudito ou popular. Caminho que implica constante formação técnica e cultura musical, sem o qual “um trompetista consegue tocar, mas não se expressar”.

E são os elementos, técnicas, práticas, métodos/metodologias e repertório para essa formação sólida que o autor apresenta aqui com profundo conhecimento. Propondo uma renovação no ensino do trompete no Brasil, Paulo Baptista procura ainda dirimir o tão disseminado apartheid musical entre os estilos erudito e popular, que muitas vezes prejudica a musicalidade do trompetista em formação ou mesmo já formado.



SOBRE O AUTOR

Paulo Baptista é formado pelo CDMCC (Tatuí) e pela FAAM (SP), com mestrado sobre metodologia de estudo para trompete (USP, 2010). Atualmente, é professor de trompete da EMESP e da UniSant’Anna (SP). Já integrou a Orquestra de Sopros Brasileira e a SoundScape Big-Band Jazz, e realizou concertos com a Bachiana Chamber Orchestra. É integrante da Banda Savana há 28 anos e já se apresentou e gravou com vários artistas da MPB, como Jorge Ben Jor, Ângela Maria, Sandy & Júnior, Fábio Jr., Jair Rodrigues, Pedro Camargo Mariano, entre outros.