A poesia de Ronaldo Werneck
Angelo Oswaldo de Araújo Santos
Ex -Secretário de Cultura de Minas
Sob o
título de “Momento vivo”, Ronaldo Werneck lança uma reunião de poemas na qual
se encontram 71 favoritos e 21 novos. Autor de muitos livros, sempre bem recebidos,
e militante incansável da cultura, ele produziu essa seleta a fim de reagrupar
num só volume os esparsos que mais o sensibilizam, como a fazê-los renascer junto
a uma nova leva para assinalar o brilho e a continuidade do fervor criativo.
Mineiro
de Cataguases, o poeta é marcado pelo carisma de uma cidade singular. Nela a
criação artística se manifesta, sucessiva e intensamente, desde os primórdios
no ciclo do café, como uma profusão de impactos audaciosos e surpreendentes.
Daí porque Werneck sabe que o Pomba é mais belo que o rio de Alberto Caieiro,
porque nele navegam as pirogas que levam para além do oceano a poesia de
Ascânio Lopes, o romance de Rosário Fusco, a revista Verde, o cinema de
Humberto Mauro, o olhar de Francisco Inácio Peixoto, o pincel de Portinari e o
risco de Niemeyer.
Mas ele
também embarca e rapidamente alcança o que está além de Cataguases, como “um só
sol de soslaio” no Hyde Park ou no Harry’s Bar, onde “hemingway mais não há e
eu só”, o mundo da poesia, vasto mundo onde “me arrisco me arrasto” na dantesca
selva selvagem. Sem deixar de pensar no Pomba, o rio poema em que se reflete a
constelação de Mallarmé suspensa sobre a Ponte Velha. Sempre a “mineirar em
mim”, “nunca sem poesia”. No Pomba, no Rio de Janeiro, no Tejo, no Manzanares,
no Tâmisa, no Oise ou no Sena, “fio que se pressente”.
Mauro
disse que cinema é cachoeira, e Werneck comprova que Cataguases é uma cachoeira
de poesia. Sua obra, atenta às múltiplas dimensões do universo poético, inscreve-o
entre as estrelas da terra – Francisco Marcelo Cabral, Joaquim Branco, Maria do
Carmo Ferreira, Lina Tâmega Peixoto e Luiz Ruffato, impressionante legião de
“jeunes gens de Catacazes”, como a primeira safra Verde foi saudada pelo suíço-francês
Blaise Cendrars.
O
cinema projeta-se de modo marcante na obra de Werneck, tanto por se tratar de
um cinéfilo (qualificação pleonástica para um cataguasense), quanto pela
riqueza imagética na construção verbal e na ideação do poema. As viagens
emprestam seu ritmo trepidante aos versos em trânsito entrecruzado, e a
fragmentação confere velocidade e dinamismo ao fluxo da palavra no lance dos
dedos e dos dados.
A
contribuição de Ronaldo Werneck à poesia contemporânea é de relevante
significado. Reveste-se, assim, de interesse maior esse “Momento Vivo”, que vai
perdurar na história como um instante pleno de claridade no infinito
“tempoema”.
Momento
Vivo, Ronaldo Werneck, Editora Tipografia Musical, São Paulo, SP, 2019.
Publicado
na página da Academia Mineira de Letras
***
Carta de Angelo
Oswaldo
Ex-secretário de
Cultura de Minas
Ouro Preto, 10 de dezembro de 2019
Caro poeta e amigo Ronaldo Werneck,
arcano de 300, 350 voltas, como queria Mário de
Andrade.
Você é o ofuscante sucessor dos Verdes. O rio Pomba
abençoa a
terceira margem
de todos os rios do mundo, na qual tem
porto seguro, porto dos diamantes, o seu bateau ivre, batendo livre o verso
luminoso de cada dia. Com alegria, leio o “Momento Vivo”, cordialmente
dedicado, e percebo nessa antologia as variadas dimensões de sua obra. Profusa
e sólida, sonora e visual, instigante e desafiadora. Aí está o “meu” poema
sobre Ouro Preto, ao lado de mais 91 que, em síntese, mostram o corpo e a alma
do Poeta. Obrigado pela poesia e pela amizade.
Abraço afetuoso do
Angelo
***
de Silvana Guimarães
Poeta, editora da Revista Eletrônica
Germina
Muito
bom, Ronaldo.
Abuso do ensejo pra dizer que delirei com o seu Momento Vivo, que acabei de ler, encantada. Vou guardá-lo na minha prateleira dos livros pra colecionador. ;-)
Queria publicar sua poesia, de novo, na Germina: https://www.germinaliteratura.com.br/index1.htm
Pra isso, preciso de até 12 poemas e sua minibiografia atualizada. Até 15 de fevereiro, por favor.
Muitos obrigadas, um beijo!
S.
Abuso do ensejo pra dizer que delirei com o seu Momento Vivo, que acabei de ler, encantada. Vou guardá-lo na minha prateleira dos livros pra colecionador. ;-)
Queria publicar sua poesia, de novo, na Germina: https://www.germinaliteratura.com.br/index1.htm
Pra isso, preciso de até 12 poemas e sua minibiografia atualizada. Até 15 de fevereiro, por favor.
Muitos obrigadas, um beijo!
S.
BH/31.01.20
***
de Guiomar de
Grammont
Escritora,
Coordenadora do
Fórum das Letras de Ouro Preto
Querido Ronaldo,
Escrevo para agradecer o envio do seu primoroso e
instigante livro de poemas, estou lendo com muito prazer, meus parabéns!
Abraços afetuosos e que 2020 seja melhor do que este
ano que está findando!
Guiomar
Ouro Preto / 26.12.2019
***
de Rogério Tavares, da AML
Assim
como adorei o seu livro "Momento vivo - 71 poemas favoritos e 21
novos", que teve a gentileza de me enviar.
A
edição ficou bonita, caprichada. Parabéns.
E os
poemas são primorosos.
Para
leitura diária, a conta-gotas.
Para
degustar.
Com
um abraço fraterno,
Rogério
Faria Tavares
Presidente
da Academia Mineira de Letras
BH,
29.01.2020
***
de Secchin
Muito obrigado, caro Ronaldo, pelo precioso mix
antologia + inéditos, que me dará chance de revisitar sua forte poesia guiado
pela mão (pelo olhar) do artista. Parabéns, grande abraço, Secchin
Antônio Carlos Secchin
Poeta e crítico, da Academia Brasileira de Letras
Rio, 22.01.2020
***
de Mário Alves Coutinho
Caríssimo
amigo:
Terrivelmente
belo seu livro. Está tudo lá: o não para a feiura, qualquer ditadura (a
revolução é o não no centro do sim", o poema da Marielle), o sim para tudo
que é beleza, afirmação da vida, do prazer, do amor, do sexo, mas sem
demagogia, a pura afirmação do viver ("toda vida é perfeita", e
isto sem qualificativos). Poderia te citar por várias páginas. Prefiro te
lembrar uma citação muito conhecida do Pound: "o poeta é a antena da
raça". Você, para mim, é simplesmente a antena da "raça"
brasileira, aquele que consegue dar alento num momento tão ruim, ridículo
e trágico.
Alguns
poemas eu já conhecia, de outros livros seus; outros, os 21 novos, li com
delicia. Todos eles com a mesma qualidade de um poeta verdadeiro com sua(s)
época(s), com seu país, e sobretudo, consigo mesmo.
Obrigado,
poeta.
Com
um grande abraço do
Mário.
Mário
Alves Coutinho
Escritor
e roteirista
BH/21.12.19
***
MOMENTO VIVO
POR W.J. SOLHA
No texto a seguir, escrito pelo poeta, dramaturgo,
ator, romancista e artista plástico W.J. Solha, a primeiríssima resenha sobre
meu livro Momento Vivo.
“Três mineiros que sempre me impressionaram pela poesia
produzida e pela dinâmica intensa de suas vidas: Affonso Romano de Sant´Ana,
Ivo Barroso e ...Ronaldo Werneck, poeta de Cataguases que lançou no mês passado
seu novo livro – “Momento Vivo” (71 poemas favoritos & 21 novos) em três
cidades chilenas, dentro da programação do “5to. Encuentro International de
Arte y Poesía Navegando Cielos del Mundo”, e também em Lisboa.
Não por acaso, a resenha que fiz de um de seus volumes
anteriores teve o título de “Sobre Ronaldo Werneck e A Moveable Feast”. Há
muito de vida, arte, bons vinhos e viagens em seus poemas. Tanto em Minas –
“esse mar de morros” –, como em Londres – “o sol no hyde park”, como nas
“tortas trilhas toscanas”, “on the road: tempespaço", ou a observação de
que “do chão de Casablanca brotam les roses-au-sable”, etc, etc.
Em meu novo livro – “Vida Aberta” – descubro que “em
arte, o todo é sempre menor do que sua melhor parte” – e dou o exemplo de
Rodin, cuja obra-prima, O Pensador, não é nada mais do que a ampliação do Dante
(na verdade, um autorretrato) que ele pusera acima de um bronze multitudinoso,
“O Portão do Inferno”.
Na minha opinião, isso ocorre com este livro – “Momento
Vivo” – no poema “viajor”, que começa com estes versos: “é revendo que se
aprende/ se apreende uma cidade” e, depois de enumerar lugares como Bruselas
Amsterdam/ Munich Moscu Tenerife / Ginebra Madrid / Casablanca Roma / Paris
Dubai Estambul / Londres Ibiza Nantes / Oran Sevilla / Marrakesch Argel /
Bilbao Granada, termina dizendo: “pra onde eu vou/ enfim/ eu não sei/ que sei
eu/de mim”.
Esse poema vem com a data “Firenze-Barcelona, maio de
2018”.
Embarque nessa.
João Pessoa, outubro de 2019
***
MV por Carlos Ávila
MOMENTO
VIVO – “& netuno/expulsa do azul um cisco/um peixe/que pulsa/arisco/&
espadana/pleno/de nada/& alvorada/o sol já nasce/escarlate/e outro
outubro/de novo bate” – fragmento de “Daylight na atlântica” de Ronaldo Werneck,
em “Momento vivo” (Ed. Tipografia Musical, de SP). Ronaldo, 76 anos, poeta de
Cataguases (terra dos modernistas da “Verde”, entre eles, Rosário Fusco) e do
mundo, começou na poesia visual. Também jornalista e crítico, viveu mais de
trinta anos no Rio, viajou muito (NY, Europa, América Latina etc.), transitou
pela música e pelo cinema (tem um livro sobre Humberto Mauro), gravou CD e
editou revistas culturais. “Momento vivo” é uma boa oportunidade de conhecer
sua produção (que segue a trilha aberta pelo último M. Faustino); inquieta e
muito viva, sua poesia fragmentária se espalha pela página em verso e não
verso.
Carlos
Ávila; Poeta e crítico
BH,
21.12.2019
***
Momento Vivo por
Lauro Moreira
Meu caro Ronaldo, recebi anteontem o seu Momento Vivo.
Com alegria mas sem surpresa contatei que vosmecê está cada vez melhor! Tive o
prazer de reler os poemas que já conhecia e admirava e sobretudo o de curtir os
22 novos, que me encantaram. Moral da história: você é de fato um dos poetas de
que mais gosto e que mais admiro neste país. Parabéns e muito obrigado!
Um dos comentários na orelha de meu livro, ao lado de
Nélida Piñon, Rubens Ricúpero, Denise Stoklos e Nádia Gotlib. Amanhã será aqui
em Ribeirão o primeiro lançamento no Brasil. Depois, Goiânia, Brasília Rio,
etc. E se mais mundo houvera, lá chegara...
Rsrsrs. O seu exemplar seguirá logo pelo correio. Abração
Em 12/12/19
Lauro Moreira/ Poeta e diplomata
***
MOMENTO VIVO POR
VALDOMIRO SANTANA
Professor, historiador
Doutor em Literatura
Beleza,
Werneck, é seu livro que acabo de receber. Muito obrigado pela gentileza do
envio. Livro de papel, como existe desde 1455, quando o primeiro, a Bíblia,
saiu das mãos de Gutenberg. Pouco importa que
a
materialidade gráfica e tudo que a ela se refere tenham mudado
no
curso de quinhentos e tantos anos. Papel-olho-tato-olfato. Uma
coisa
e três sentidos dialogam. momento vivo pega esse diálogo
para
fazer a matéria expressiva de seus poemas em que entram
cidades,
poetas, músicos, cineastas, arquitetos, relojoeiros, bares, mulheres, amigos...
Ora acelerando e desacelerando, ora tantas vezes estilhaçando palavras, imagens,
ritmos, espantos, solidões, medos, trocando e trocadilhando essas sensações,
com elas falando a sério, com elas brincando. O resultado de um livro tão
vivo assim se deve ao fato de ser você também o autor do projeto
gráfico.
O
poeta e o designer, a corda e a caçamba, a unha e a carne de cada momento
vivido. Isso é muito raro. Depois de experimentar o livro, como com
ele entraram em relação meu olho, meu tato e meu olfato, fui ao sumário e
quando vi nova york, onde estive recentemente, abri na página 207, e lá, no
quinto dos oito dísticos, me bateu esta força:
"a
noite desce e escorre pelo mundo
nenhum
barulho nem tampouco medo"
Vou
ler tudo com vagar.
Guarde
meu abraço amigo.
Valdomiro
Santana
Salvador,
18.01.20
***
de Sady Bianchin
Poeta e professor
Marcela e eu adoramos o livro: "Momento
Vivo", é uma biografia sentimental, sensível e inteligente. Poemas com
estilos e impactantes, versos de poemas loas a lugares fantásticos e pessoas
talentosas, temos a cumplicidade com o brilho de Maiakóvski. A sua poesia
meu caro Ronaldo, nos leva de braços dados pelo atalho do êxtase, rumo ao
encontro da trincheira mágica do resistir e existir na arte e pessoas.
Sady Bianchin
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